3/23/2012

ARTIGO AUDAX - "Culturivando" o Empreendedorismo

Culturivando o Empreendedorismo

Desenganem-se: as atenções não estão somente viradas para a Troika. No radar está também o património, a cultura e a criatividade. Como exemplo, assistimos no passado mês de Janeiro à cerimónia oficial de abertura da Capital Europeia da Cultura 2012. A nível europeu, é debatido pelos Estados-Membros e pelo Parlamento Europeu uma proposta de programa de apoio ao sector cultural e criativo – a "Europa Criativa".

Em particular, este novo programa deverá disponibilizar mais de 900 milhões de euros de apoio ao cinema e ao sector audiovisual e quase 500 milhões de euros à cultura. A Comissão propõe igualmente a afectação de mais de 210 milhões de euros a um novo mecanismo de garantia financeira.

Mas onde se situa o empreendedorismo nesta envolvente? Entendendo o empreendedorismo como uma atitude que se traduz em comportamentos – e não apenas como força criadora de organizações (sejam empresas, associações ou cooperativas) – então a atitude empreendedora será preponderante para dinamizar o sector. Venha o apoio que vier.

Mas não se nasce empreendedor. A pensar nisso, algumas universidades, associações empresariais e autarquias têm já provas dadas no impulso ao sector cultural e das indústrias criativas, através de programas de formação, apoio à incubação e ao financiamento. E os resultados estão à vista[1].

Os programas de formação e incentivos, sejam nacionais ou europeus, contribuem para o estímulo do sector cultural e criativo, despertando atitudes empreendedoras. Mas será que permitirão uma efectiva afirmação deste sector? A marca “Portugal” só tem a ganhar. Afinal, o futuro é de quem o faz!


[1] Uma das referências que conta com o apoio de vários parceiros e valências é a ABC - Apoio de Base à Criatividade em Óbidos. 


Autor:
Luís Matos Martins
Diretor-Geral do AUDAX/ISCTE
audax@iscte.pt



NOTA: Artigo publicado na Revista Pessoal da APG - Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos de Recursos Humanos, na edição de Março 2012.

3/09/2012

ARTIGO AUDAX - do empreendedor ao sucessor

Do empreendedor ao sucessor

O contributo das empresas familiares na economia é irrefutável. São por excelência os nossos empreendedores e, consequentemente, a coluna vertebral do nosso País, responsáveis por empregar grande parte da força de trabalho e por gerar cerca de 2/3 do PIB*, cujo potencial não podemos subestimar. Uma visão mais atenta permite-nos até contar com alguma facilidade as empresas que não têm origem familiar na realidade portuguesa.

Dada a sua relevância no panorama económico, focamo-nos na génese das empresas familiares, nomeadamente, no seu fundador visionário e empreendedor que arriscou e construiu um caminho de sucesso e que definiu as diretrizes do negócio. Este tem o papel de transmitir à geração seguinte as estratégias que fomentam a sobrevivência, bem como, o crescimento sustentado de forma a perpetuar o seu sonho empresarial.

Atualmente, o conceito de learn by doing na sucessão empresarial já não é uma opção, ou seja, ao membro da família que assume as funções de gestão é exigido cada vez mais conhecimento, profissionalismo e disciplina. A fronteira entre este e um gestor contratado para o efeito tem que ser cada vez mais ténue e a distinção das competências pode apresentar-se como ameaçador numa realidade holística. A formação, como forma de capacitar as gerações seguintes, assume cada vez mais um papel crucial. É evidentemente necessário que a sucessão continue a ter presente o empreendedorismo como uma saída estratégica, que não é mais do que a identificação de novas oportunidades de negócio, expansão ou diversificação, quer em termos de mercado ou de produto.

É indiscutível que os genes empreendedores estão presentes na realidade das empresas familiares desde o início, mas agora é necessário capacitar e transferir os conhecimentos, valores de gestão e know-how para a geração seguinte.

Há que criar continuidade, o futuro é de quem o faz.

*Fonte: Associação das Empresas Familiares


Autora:
Cláudia Rodrigues Barbosa
Coordenadora da Formação e Consultoria do AUDAX/ISCTE
audax@iscte.pt


NOTA: Artigo publicado na Revista Pessoal da APG - Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos de Recursos Humanos, na edição de Fevereiro 2012.

3/08/2012